Fonte: http://oglobo.globo.com/
A Fetranspor e o Rio Ônibus, unidades sindicais que representam as empresas de ônibus do estado do Rio e da capital, divulgaram uma nota nesta quarta-feira criticando a indefinição da concessão do reajuste da tarifa dos ônibus municipais. Durante um almoço com jornalistas nesta terça-feira, o prefeito Eduardo Paes disse que caberá ao sucessor Marcelo Crivella decidir se as passagens de ônibus da cidade serão ou não reajustadas no dia 1º de janeiro.
Em nota, a Fetranspor e o Rio Ônibus destacaram que o setor de ônibus está em crise e que seis empresas de ônibus fecharam nos últimos 18 meses (Bangu, Algarve, Via Rio, Andorinha, Rio Rotas e Translitorânea), causando a demissão de 3 mil rodoviários, que em sua esmagadora maioria foram realocados em outras empresas, e a retirada de circulação de 900 ônibus, que parcialmente foram substituídos por ônibus mais novos em outras empresas que assumiram as linhas.
De acordo com as duas entidades, o ano de 2017 começará com a possibilidade de fechamento de mais 12 empresas e com a demissão de aproximadamente 5 mil rodoviários.
"Mesmo o BRT, motivo de orgulho durante os Jogos Olímpicos, que opera com mais de R$ 7 milhões de prejuízo/mês, poderá ter sua continuidade ameaçada", afirma a nota.
O contrato de concessão prevê um aumento anual nas tarifas. Normalmente, o reajuste é concedido no fim de dezembro com base na fórmula que leva em conta os custos do setor estabelecidos no contrato de concessão firmado pelos quatro consórcios que operam no Rio.
"O não reajuste de tarifa, previsto em contrato, representaria, além de quebra de acordo, o desequilíbrio econômico-financeiro das empresas e a possibilidade de ter descontinuidade de várias linhas e falta de ônibus em várias regiões da cidade. Os consórcios certamente não terão condições de suprir tantas empresas paralisadas e nem de readmitir os rodoviários que ficarem desempregados", completa a nota.