quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Moradores da Zona Oeste afirmam que duas linhas de ônibus não circulam

Secretaria confirma que a linha 367 parou de funcionar e que 10% dos ônibus da linha 756 estão circulando. Ambas são da Viação Feital.
Um problema sério de transporte que os moradores da Zona Oeste estão enfrentando há meses. O RJTV já mostrou muitas reclamações sobre as condições dos ônibus e agora as denúncias são outras. Os passageiros dizem que duas linhas praticamente desapareceram: a 367 e a 756.
Mas, segundo os moradores, como o Seu Dacílio, um ônibus parou de circular de uma hora para outra. “Há seis meses o 367 parou de circular. De repente parou e isso aqui ficou abandonado”, diz o aposentado Dacílio da Silva.
A linha 367 pertence à Viação Feital, que costuma ser alvo de reclamações. Dona Lucimar e as amigas sabem muito bem disso. “Nós temos que pegar o trem lá fora e vamos a pé, porque não temos condições financeiras de pagar a Kombi e nem o ônibus 744 para ir até lá fora”, diz a doméstica Luciamar dos Santos. “Quando o ônibus saía, quando chegava a uma distância daqui a Deodoro, já quebrava. Demorava quase três horas para chegar no centro da cidade”, diz a aposentada Marlene da Rocha. E quem depende da linha 756, que também é da Feital, como a Dona Tereza, precisa ter paciência porque este ônibus demora para passar no ponto. Em maio, o RJTV acompanhou o trajeto do 756. Foram flagrados ônibus superlotados, combustível vazando e muitos atrasos. “A gente fica a mercê de uma condição para se locomover, para trabalhar e sem condições, porque eles não param, porque já vêm cheios”, diz uma mulher.
Nos últimos meses, as equipes do RJ também mostraram muitas reclamações de passageiros de outras linhas que passam na Zona Oeste. Depois disso, as viações Oriental e Ocidental receberam uma ajuda do Sindicato das Empresas de Ônibus do Rio para melhorar o serviço. Mas a Feital ficou sem este socorro porque não pertence ao sindicato.
Há pouco tempo, a prefeitura tentou cassar a autorização que a empresa tem para circular, mas descobriu que este pedido já existe na Justiça desde 2005 e que o processo está parado. O Ministério Público também já tentou fazer dois acordos com a Feital, que segundo os promotores, não foram cumpridos. A justiça então mandou aplicar multas que somam quase R$ 7 e milhões, mas nada foi pago ainda. O RJTV procurou a empresa Feital. O dono, Alfredo Machado, negou que as linhas tenham deixado de circular. Ele disse que toda a frota está na rua. Segundo Alfredo Machado, o problema são os engarrafamentos na Avenida Brasil que provocam atrasos. Sobre as ações na Justiça, o dono informou que está recorrendo das multas. Apesar das reclamações mostradas na reportagem, o empresário diz que a Feital presta um bom serviço e que 50 novos ônibus vão para as ruas em três meses. Mas a Secretaria de Transportes confirmou as denúncias dos passageiros. Informou que apenas 10% dos ônibus da linha 756 estão circulando e, segundo a secretaria, além da linha 367, outras duas realmente pararam: a 875 e a 856. A prefeitura informou que vai notificar a empresa para que as linhas voltem a circular imediatamente. E se a ordem não for cumprida, a prefeitura informou que vai estudar uma maneira pra resolver o problema.
Por Marcello Muniz: São as linhas da empresa: 367 Praça Xv - Realengo, 756 Barra da Tijuca - Senador Camará, 856 Marechal Hermes - Base Aérea de Santa Cruz e 875 Cascadura - Sepetiba.
Ressalta-se que essa empresa originariamente operava linhas intermunicipais, na grande marioria partindo de Itaguaí, e até então era fiscalizada pelo DETRO e possuia o prefixo RJ 208.000, e teve sua licença cassada por este órgão.
Ocorre que as quatro linhas municipais operadas pela empresa foram licitadas pela Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, a partir de 1997, sendo esta a vencedora do pregão, dando o início a história municipal da empresa, que infelizmente, agora se encontra em péssimo estado, com menso de dez veículos efetivamente operando, e estes em péssimo estado de conservação, que não passariam por qualquer blitz do DETRAN, e praticamente sem funcionários. Neste cenário, os usuários continuam sofrendo a cada dia com o descado do empresário e com a falta de atuação mais dinâmica e severa do Poder Publico, nas três esferas, pois as linhas inativas tinham e certamente continuam tendo, grande demanda que por ora está órfão do serviço.