domingo, 10 de agosto de 2014

Projetos de barcas para SG e trem até Itaguaí ainda estão longe de sair do papel.

Fonte: http://riodejaneiro.ig.com.br/

Obras de mobilidade urbana que envolvam a Região Metropolitana do Rio têm histórico de atraso. Ao que parece, a ligação de São Gonçalo à capital fluminense por meio das barcas e a reativação da estação de trem de Itaguaí devem engrossar a lista de empreendimentos que passam um bom tempo na gaveta antes de sair do papel. O governo estadual chegou a anunciar que os dois projetos estariam prontos até 2015, mas a construção de ambos ainda está longe de começar. Além de não terem verba definida, persistem entraves burocráticos a serem resolvidos, como a obtenção de licenças ambientais, desapropriações e licitações.

De acordo com o professor da Uerj Alexandre Rojas, especialista em Engenharia de Transportes, a ligação de São Gonçalo à Praça 15 através de sistema aquaviário é um projeto discutido há décadas e seria essencial que estivesse em funcionamento para desafogar os engarrafamentos diários da Ponte Rio-Niterói.

“Mais de 300 mil pessoas se deslocam por dia entre São Gonçalo e Rio. As vias estão saturadas, e a barca se apresenta como uma ótima alternativa. O fluxo ocasionado pelo Comperj (complexo petroquímico em construção na área de Itaboraí) torna ainda mais urgente essa necessidade”, explica Rojas.

O próprio professor lembra, no entanto, que há alguns desafios técnicos que têm de ser vencidos para que o projeto se torne realidade. “Como a poluição da Baía de Guanabara na região de São Gonçalo é pior que a de Niterói, devido ao descarte de lixo na área, isso acarreta uma série de problemas para o funcionamento das embarcações. O fundo da baía também acumula segmentos, lodo, que precisariam ser dragados. E isso demandaria gastos elevados”, completa.

O vereador de São Gonçalo Armando Marins (PR) afirma que acionará o Ministério Público para que as obras tenham início. “A Secretaria de Transportes assumiu um compromisso de que a barca em São Gonçalo estaria operando em abril de 2014, e até agora nada. Aí fica postergando. A Petrobras está construindo um porto na região de Itaoca para ancorar navios do Comperj, por que então não fazer uma estação para as barcas também?”, questiona.

Questionada pelo DIA , a Secretaria de Transportes não mencionou novos prazos para o projeto das barcas. “Estamos aguardando o resultado de um estudo, que está em fase final de calibração de dados, que prevê a criação de novas rotas marítimas em diferentes pontos da Região Metropolitana. Dentre as sugestões, duas possíveis ligações com São Gonçalo terão seus projetos de viabilidade de execução priorizadas”, diz o texto, sem mencionar prazos.



Desativada desde a década de 1980, a estação de trem de Itaguaí tem prazo para voltar a funcionar até o fim do ano que vem. O anúncio foi feito por Luiz Fernando Pezão, na época ainda vice-governador, em março de 2013. Só que, desde então, o projeto — que prevê a substituição de trilhos e dormentes, aquisição de novas composições e construção de estações — sequer começou.

A concessionária Supervia informou que aguarda que o governo estadual faça desapropriações e obtenha as licenças ambientais necessárias, para que possa iniciar a modernização do trecho entre Santa Cruz e Itaguaí. A Secretaria de Transportes informou que o projeto está previsto para ser iniciado em 2015 e que o novo ramal deverá funcionar como sistema de VLT (Veículo Leve sobre Trilho), beneficiando cinco mil pessoas por dia. Há duas semanas, o governo estadual anunciou a compra de sete VLTs para outros dois ramais (Guapimirim e de Vila Inhomirim), mas a entrega deve ser concluída só em 2016. No caso de Itaguaí, no entanto, os veículos nem foram encomendados.



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