domingo, 24 de agosto de 2014

Chegará um novo modelo de trem para as Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Fonte: http://odia.ig.com.br/

O ano em que o Rio sediará o maior evento esportivo do mundo, os Jogos Olímpicos, será também o da prova de fogo para o sistema ferroviário. Se tudo o que a SuperVia promete para 2016 sair efetivamente do papel, o estado passará a contar com um novo modelo de transporte de massa. Em dois anos, as viagens terão intervalos reduzidos pela metade, a frota dará um salto de 187 para 201 trens com ar-condicionado e seis estações serão reformadas nos padrões da atual Maracanã.

Hoje, O DIA inicia a série de quatro reportagens sobre a SuperVia, em que serão tratados os investimentos no sistema ferroviário, comércio ilegal nos vagões, monitoramento nas estações, multas e reclamações dos passageiros. A modernização do sistema de sinalização da linha férrea é o primeiro passo para atingir a mudança do transporte. O ATP (Automatic Train Protection, que em português significa sistema de proteção automática), adquirido no ano passado por R$ 150 milhões, garante a redução pela metade do intervalo de todas as viagens.

Hoje, o sistema já está implantado em Deodoro, mas seu uso efetivo só vai ocorrer quando a frota estiver modernizada. Ou seja, a partir de 2016, o trem que demora de 8 a 10 minutos para passar, chegará em 4 a 5 minutos. Os ramais de Japeri e Santa Cruz recebem o ATP até o fim deste ano, já Saracuruna e Belford Roxo, até abril de 2015. “Estamos iniciando um processo de transformação. O trem ainda não é o transporte mais adequado, mas em breve será”, afirma a secretária estadual de Transportes, Tatiana Vaz. 

Para atender aos padrões olímpicos, seis estações serão submetidas a intervenções drásticas. Todas receberão elevadores, novas rampas, plataformas e mezaninos. As obras, que seriam de responsabilidade da Secretaria Estadual de Transportes, passaram para as mãos da SuperVia na semana passada. A troca foi graças ao bônus de R$ 250 milhões conquistados pelo estado na compra de 90 novos trens em 2009 e 2011. Com esse valor em caixa, a secretaria resolveu comprar mais 10 trens, a serem licitados até o fim do ano, deixando para a concessionária, a reforma nas estações. 

O trunfo que abrilhantaria a transformação do sistema ferroviário em 2016 não será mais entregue. O projeto ousado que transformaria a Central do Brasil em um shopping foi embargado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico), no mês passado. O órgão alega que as intervenções não correspondem à preservação do bem tombado. Novas alternativas serão discutidas, mas ainda sem data para acontecer.

Outra prioridade que também estava prevista para o ano das Olimpíadas, mas não sairá do papel, é a reimplantação do trecho de Santa Cruz-Itaguaí, desativado desde 1980. Por conta da ocupação irregular de domicílios por três quilômetros da linha férrea, a concessionária alega que é impossível começar as obras. O governo estadual vai elaborar, a partir do ano que vem, um novo projeto com o desvio da rota.

De 2011 a 2013, cada passageiro representou para a SuperVia um investimento de R$ 1,82. A concessionária desembolsou R$ 800 milhões no transporte e atingiu a marca de 438.240 milhões de usuários neste período. O valor equivale a mais da metade da passagem dos trens, que na época era de R$ 2,90. Nos próximos sete anos, a meta é aplicar ainda mais R$ 1 bilhão. “Partimos de um cenário de total falta de investimento durante anos e já conseguimos um avanço histórico nos trens”, declara a secretária de Transportes. 

De acordo com o contrato de concessão em vigor, até 2015, as estações Central, Madureira, Nova Iguaçu, São Cristóvão, Campo Grande, Queimados, Méier, Gramacho, Bangu, Austin, Santa Cruz e Duque de Caxias têm que se enquadrar aos padrões de acessibilidade e comodidade. Atualmente, a única que passa por obras, iniciadas no início deste ano, é São Cristóvão. As demais continuam com estruturas precárias. Em contrapartida, a SuperVia alega que, em três anos, reformou 14 estações. Da lista escolhida pela concessionária, no entanto, nenhuma era considerada prioridade contratual até 2015.




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