Fonte: http://g1.globo.com/
Um menino de quatro anos recebeu uma descarga elétrica dentro da estação do BRT, em Madureira, na tarde desta quarta-feira (27). A criança está internada, em estado grave, no Hospital Albert Schweitzer, Realengo, na Zona Oeste do Rio.
A criança foi atingida quando desembarcava na estação com a mãe, a avó paterna e a bisavó. Caíque Diego voltava do Fundão com a família por volta das 17h, no Mercadão de Madureira. Ao tentar passar pela catraca, a criança ficou presa e recebeu o choque.
De acordo com a avó materna do garoto, Maria do Socorro, os seguranças teriam ficado de braços cruzados e se limitaram a dizer que tinha sido apenas um choque elétrico e que isso já havia acontecido antes. Ninguém do BRT teria prestado socorro, segundo Maria do Socorro. Um policial foi quem socorreu o menino para a maternidade Herculano Pinheiro, onde ele foi atendido inicialmente.
Após os primeiros socorros, Caíque Diego foi transferido para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, e, em seguida, para o Hospital Municipal Albert Schweitzer. O menino sofreu duas paradas cardíacas e uma parada respiratória. Ele permanece nesta unidade de saúde em coma.
Em nota, o BRT informou que a criança recebeu atendimento imediato de um policial do Programa Estadual de Integração na Segurança (PROEIS), que permite a PMs trabalharem fora de batalhões. Ainda de acordo com o BRT, a bateria de catracas onde houve a ocorrência foi interditada logo depois para que as autoridades pudessem realizar perícia.
Ainda de acordo com a família, o PM que socorreu o menino voltou cerca de uma hora depois do acidente à estação de Madureira e flagrou a catraca ainda em funcionamento no local. O policial, então, segundo o relato, lacrou a roleta e levou funcionários até a delegacia.
Avó paterna do menino afirmou que o funcionário que fazia o controle do acesso e da saída no momento do incidente contou na 29ª DP (Madureira) ter avisado duas vezes ao consórcio que administra o BRT do problema da descarga elétrica no acesso à estação. Segundo este funcionário, a empresa não autorizou o bloqueio dos equipamentos. Kátia de Jesus Cardoso, de 37 anos, também ficou ferida em um dos braços ao tentar tirar Kaíque Diego de Araújo Cardoso, que estava grudado na catraca.
- Ele disse que uma criança já havia levado choque mais cedo e que o consórcio não autorizou o fechamento das catracas. Por isso meu neto está nessa situação. Não é por dinheiro, porque a gente se vira, mas vou processar essa empresa para que ela aprenda como tratar seus usuários - afirmou Kátia.
Sobre o relato de Kátia, o consórcio informou, por meio da assessoria de imprensa, que o funcionário que atuava como controlador de acesso na estação Mercadão é de uma empresa terceirizada. Ainda segundo o consórcio, não foi identificada a pessoa quem ele teria reportado o problema da descarga elétrica. Por meio de nota, o consórcio informou o seguinte: “Não identificamos o superior que teria orientado o controlador de acesso a não interditar as catracas mais cedo. Porém, podemos afirmar que não foi uma das gerências do BRT, que têm a autoridade para tal. Este profissional é de empresa terceirizada e estamos verificando qual foi a falha nesta comunicação para saná-la”.
Pode chegar a R$ 8 milhões a multa aplicada ao Consórcio BRT pelo choque que levou o menino Kaíque Cardoso, de 4 anos, a ser internado em estado grave no Hospital Albert Schweitzer. Segundo comunicou na tarde desta quinta-feira (28) o Procon Estadual, órgão ligado à Secretaria de Estado de Proteção e Defesa do Consumidor, o BRT deve ser comunicado da autuação nos próximos dias.
"A multa é calculada segundo o porte econômico da empresa. Por isso gira em torno de R$ 7 ou R$ 8 milhões. Já fizemos um levantamento, mas no histórico do BRT não existe outros casos como esse. Mas isso não o exime da responsabilidade. Superlotação, acessibilidade, problema de estações que não estão funcionando, assaltos e outros inúmeros problemas já foram verificados", afirmou ao G1 o presidente do Procon estadual, Sérgio Eiras.
Como explicou o presidente da autarquia, num primeiro momento é feito o procedimento preliminar e o Procon se restringe ao processo é administrativo. No caso, a multa. "Um serviço mau prestado, que coloca a vida do consumidor em risco, é preocupação nossa", disse Eiras.
De acordo com o Procon, artigo do Código de Defesa do Consumidor (CDC) estabelece que as concessionárias são obrigadas a fornecer serviços "adequados, eficientes e seguros". Assim que receber a notificação, a empresa tem 15 dias úteis para apresentar a defesa.
Se o prazo não for cumprido ou os argumentos não sejam aceitos pelo setor jurídico do Procon Estadual, o consórcio será multado. A estação onde Kaíque foi eletrocutado, em Madureira, na Zona Norte do Rio, foi fechada para perícia da Polícia Civil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário