O presidente do sindicato, Sebastião José, disse ao DIA que está mantido o percentual de 20% da frota neste sábado, como foi definido em assembleia à tarde. Ele informou, porém, que não tomou conhecimento da liminar do TRT. “Essa liminar acaba com a greve”, sentenciou.
Segundo ele, o departamento jurídico do sindicato vai analisar para decidir se recorre ou cumpre a liminar. E também negou que a paralisação tenha ocorrido de surpresa:
“O estado de greve está decretado desde o dia 18, o prefeito foi avisado e houve publicação de notas e edital”. O movimento teve início na madrugada, com a rejeição do Sindicato dos Rodoviários à proposta de 8% de reajuste salarial da Rio Ônibus, abaixo dos 15% exigidos, além de benefícios (leia na página 6).
Segundo a Rio Ônibus, que entrou na Justiça contra o sindicato por considerar a greve imotivada e abusiva, apenas 28% da frota, 2.524 de 9.147 ônibus, circularam.
Ao longo do dia, foram registradas confusões, principalmente em Santa Cruz e na Ilha do Governador. Ao todo, 194 veículos foram depredados, causando avarias em para-brisas, retrovisores e janelas, e ferimentos em nove motoristas.
Mais de 70 escolas da rede pública de ensino ficaram sem aula ou funcionaram parcialmente. O aumento de passageiros nos trens e metrôs foi, respectivamente, de 24% e 19%.
Na manhã e tarde desta sexta-feira, enquanto centenas de pessoas ligavam para o trabalho comunicando que chegariam atrasadas ou que estariam retornando para casa, houve grande tumulto na estação do metrô de Botafogo, o que também se repetiu na estação da Central.
Usuários exigiram a devolução do dinheiro ao serem informados de que os ônibus de integração com a superfície não estavam operando.
“Trabalhamos em Ipanema e a estação final agora é na Siqueira Campos, em Copacabana. Dependemos da integração e o preço pago pelo bilhete nos dá o direito de usar o serviço. Em resposta, a moça do caixa mandou chamar os seguranças. Vamos entrar com uma ação coletiva contra o metrô", afirmou o advogado Nicodemos Vilella.
Paes: ‘Não vamos aumentar a passagem’
Eduardo Paes criticou a greve. Segundo o prefeito, as empresas podem até ser punidas pela paralisação. Paes garantiu ainda que não vai aumentar o preço da passagem de ônibus neste momento — o último reajuste entrou em vigor em 2 de janeiro de 2012 (de R$ 2,50 para R$ 2,75).
“Se as concessionárias de ônibus não tiverem responsabilidade, serão punidas. O que não pode é o trabalhador ser punido. Um movimento desses no aniversário da cidade claramente tem a intenção de estabelecer pressões. Não vamos aumentar a passagem agora. Peço desculpas ao trabalhador”, disse Paes à Rede Globo. Nesta semana, a Agetransp reajustou a tarifa das barcas e do metrô, para abril.
Nesta sexta-feira, 70 fiscais da Secretaria de Transportes, além de PMs, fiscalizaram o transporte irregular na volta ao trabalho em alguns pontos. Ônibus piratas chegaram a cobrar R$ 10 por viagem e as vans, R$ 25. Houve denúncias de que taxistas estavam escolhendo corridas e cobrando no ‘tiro’ (sem taxímetro). À noite, não foram registradas grandes confusões.
Vista aérea das garagens da Vila Isabel, Jabour, Redentor/Futuro (2) e Real, respectivamente.
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