sábado, 20 de abril de 2019

Interventor diz que BRT usará ônibus convencionais no Transoeste.

Diante do flagrante número insuficiente, e cada vez menor, de ônibus articulados atendendo aos usuários dos corredores do BRT carioca, e da inegável negligência a respeito, por parte das empresas de ônibus integrantes do Consórcio Operacional BRT, o interventor Luiz Alfredo Salomão, colocará em prática o plano emergencial para complementar a frota do corredor Transoeste com veículos convencionais.

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Ônibus em má condição de conservação sendo lacrado pela fiscalização.

A medida tem caráter provisório, e os ônibus convencionais farão apenas serviços diretos, sem paradas, entre o Terminal Alvorada e as estações de Mato Alto, Pingo D’Agua e Santa Cruz.

Os novos serviços contarão com pontos de embarque especiais, fora das atuais plataformas, e não terão custos adicionais para os passageiros, até porque a cidade adota tarifa única no regular de ônibus municipais.

A medida auxiliará na recuperação da frota existente, permitindo melhorias na manutenção. Deve durar até que as atuais empresas possam cumprir a entrega de veículos articulados em número suficiente ou até que que novos operadores, selecionados em licitação, possam atender às demandas dos passageiros de forma satisfatória.

A obrigação das empresas que operam o sistema, no qual a população da cidade do Rio de Janeiro investiu R$ 7 bilhões para construir estações e pistas exclusivas, é de fornecer 429 veículos, entre articulados, super-articulados, biarticulados e padron, contudo, atualmente, este número varia entre 200 e 260 veículos por dia, vejamos:

Transportes Paranapuan (07) alguns sem condição de operação, no momento;
Normandy do Triângulo (44) operam principalmente na TransOlímpico;
Transportes Barra (28) operam principalmente no TransCarioca;
Caprichosa A. Ônibus (22) operam principalmente no TransCarioca;
Transportes Futuro (42) operam principalmente no TransCarioca;
A.V. Três Amigos (27) operam principalmente no TransCarioca;
Viação Redentor (32) operam principalmente no TransCarioca;
A.V. Tijuca (09) operam principalmente no TransCarioca;
Transportes Campo Grande (02) operam no TransOeste, 
A.V. Jabour (91) operam no TransOeste, alguns sem condição de operação, no momento;
Expresso Pégaso (55) operam no TransOeste, a maioria sem condição de operação;


O número chegou a ser tão baixo, em parte por alguns atos de vandalismos, inclusive incêndio criminoso, contudo, a manutenção precária por parte de algumas das empresas consorciadas faz com que vários ônibus sofram com panes mecânicas e elétricas, e consequentemente, incêndio oriundo dessas falhas.

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Um exemplo de incêndio criminoso.

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Exemplos de incêndios causado por pane.

Além disso com o fechamento das empresas Algarve (25), Santa Maria (36) e Translitoral (28), o total de 89 veículos deixaram de atender os corredores do BRT, sem que nenhum fosse reposto por outras empresas consorciadas.

Ressalta-se que a maioria desses ônibus que pertenciam as empresas que encerraram suas atividades, poderiam ter sido arrematados ou comprados pelas demais empresas do consórcio BRT, o que diminuiria muito o custo, como por exemplo ocorreu em relação aos dois que pertenciam a A.V. Bangu, que foram comprados pela A.V. Jabour, mas infelizmente essa atitude não foi tomada.

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Exemplos de ônibus que não estão mais operando no sistema.

Vários apelos foram feitos aos empresários para que cumpram sua obrigação. Diante do não atendimento, a intervenção decidiu pela medida emergencial anunciada.

Em um primeiro momento, a oportunidade de fornecer os ônibus convencionais nos horários de pico para circular pela Transoeste será oferecida às empresas que operam o transporte de passageiros no município, mas poderá ser aberto para empresas que operam de fora da cidade

Uma reunião de emergência com os integrantes do consórcio que opera o BRT foi convocada pelo interventor, para o último dia 15,  e nesta oportunidade aqueles puderam se manifestar sobre todos os aspectos da intervenção e principalmente sobre o interesse em oferecer os veículos adicionais ao sistema. Contudo, segundo informações ainda não confirmadas, a reunião parece não ter sido muito bem sucedida.

Esperamos que qualquer ônibus que venha a operar neste serviço emergencial seja seminovo e dotado de ar condicionado, exigência que se vier a se concretizar, reduzirá bem a possibilidade de empresas habilitadas a prestar tal serviço.

Com a medida o interventor pretende conseguir uma melhoria para o sistema do BRT, incluindo os corredores Transcarioca e Transolímpica, e a implementação deve ser feita de forma gradual, em até um mês.

O consórcio afirmou que a medida "pode ser considerada um retrocesso para a mobilidade urbana, uma vez que descaracteriza um projeto adotado com sucesso em 171 cidades no mundo", e ainda que "com pagamento antecipado, embarque em nível e rápido em veículos com capacidade de até 180 passageiros por quatro entradas (em até 30 segundos)", e que "a troca por ônibus tradicionais elevaria o custo de operação sem um ganho de eficiência.".

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Biarticulado da Viação Redentor

Fonte parcial: https://g1.globo.com
Fotos: Reprodução de internet

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