Diante do flagrante número insuficiente, e cada vez menor, de ônibus articulados atendendo aos usuários dos corredores do BRT carioca, e da inegável negligência a respeito, por parte das empresas de ônibus integrantes do Consórcio Operacional BRT, o interventor Luiz Alfredo Salomão, colocará em prática o plano emergencial para complementar a frota do corredor Transoeste com veículos convencionais.
Ônibus em má condição de conservação sendo lacrado pela fiscalização.
A medida tem caráter provisório, e os ônibus convencionais farão apenas serviços diretos, sem paradas, entre o Terminal Alvorada e as estações de Mato Alto, Pingo D’Agua e Santa Cruz.
Os novos serviços contarão com pontos de embarque especiais, fora das atuais plataformas, e não terão custos adicionais para os passageiros, até porque a cidade adota tarifa única no regular de ônibus municipais.
A medida auxiliará na recuperação da frota existente, permitindo melhorias na manutenção. Deve durar até que as atuais empresas possam cumprir a entrega de veículos articulados em número suficiente ou até que que novos operadores, selecionados em licitação, possam atender às demandas dos passageiros de forma satisfatória.
A obrigação das empresas que operam o sistema, no qual a população da cidade do Rio de Janeiro investiu R$ 7 bilhões para construir estações e pistas exclusivas, é de fornecer 429 veículos, entre articulados, super-articulados, biarticulados e padron, contudo, atualmente, este número varia entre 200 e 260 veículos por dia, vejamos:
Transportes Paranapuan (07) alguns sem condição de operação, no momento;
Normandy do Triângulo (44) operam principalmente na TransOlímpico;
Transportes Barra (28) operam principalmente no TransCarioca;
Caprichosa A. Ônibus (22) operam principalmente no TransCarioca;
Transportes Futuro (42) operam principalmente no TransCarioca;
A.V. Três Amigos (27) operam principalmente no TransCarioca;
Viação Redentor (32) operam principalmente no TransCarioca;
A.V. Tijuca (09) operam principalmente no TransCarioca;
Transportes Campo Grande (02) operam no TransOeste,
A.V. Jabour (91) operam no TransOeste, alguns sem condição de operação, no momento;
Expresso Pégaso (55) operam no TransOeste, a maioria sem condição de operação;
O número chegou a ser tão baixo, em parte por alguns atos de vandalismos, inclusive incêndio criminoso, contudo, a manutenção precária por parte de algumas das empresas consorciadas faz com que vários ônibus sofram com panes mecânicas e elétricas, e consequentemente, incêndio oriundo dessas falhas.
Um exemplo de incêndio criminoso.
Além disso com o fechamento das empresas Algarve (25), Santa Maria (36) e Translitoral (28), o total de 89 veículos deixaram de atender os corredores do BRT, sem que nenhum fosse reposto por outras empresas consorciadas.
Ressalta-se que a maioria desses ônibus que pertenciam as empresas que encerraram suas atividades, poderiam ter sido arrematados ou comprados pelas demais empresas do consórcio BRT, o que diminuiria muito o custo, como por exemplo ocorreu em relação aos dois que pertenciam a A.V. Bangu, que foram comprados pela A.V. Jabour, mas infelizmente essa atitude não foi tomada.
Exemplos de ônibus que não estão mais operando no sistema.
Vários apelos foram feitos aos empresários para que cumpram sua obrigação. Diante do não atendimento, a intervenção decidiu pela medida emergencial anunciada.
Em um primeiro momento, a oportunidade de fornecer os ônibus convencionais nos horários de pico para circular pela Transoeste será oferecida às empresas que operam o transporte de passageiros no município, mas poderá ser aberto para empresas que operam de fora da cidade.
Uma reunião de emergência com os integrantes do consórcio que opera o BRT foi convocada pelo interventor, para o último dia 15, e nesta oportunidade aqueles puderam se manifestar sobre todos os aspectos da intervenção e principalmente sobre o interesse em oferecer os veículos adicionais ao sistema. Contudo, segundo informações ainda não confirmadas, a reunião parece não ter sido muito bem sucedida.
Esperamos que qualquer ônibus que venha a operar neste serviço emergencial seja seminovo e dotado de ar condicionado, exigência que se vier a se concretizar, reduzirá bem a possibilidade de empresas habilitadas a prestar tal serviço.
Com a medida o interventor pretende conseguir uma melhoria para o sistema do BRT, incluindo os corredores Transcarioca e Transolímpica, e a implementação deve ser feita de forma gradual, em até um mês.
O consórcio afirmou que a medida "pode ser considerada um retrocesso para a mobilidade urbana, uma vez que descaracteriza um projeto adotado com sucesso em 171 cidades no mundo", e ainda que "com pagamento antecipado, embarque em nível e rápido em veículos com capacidade de até 180 passageiros por quatro entradas (em até 30 segundos)", e que "a troca por ônibus tradicionais elevaria o custo de operação sem um ganho de eficiência.".
Biarticulado da Viação Redentor
Fonte parcial: https://g1.globo.com
Fotos: Reprodução de internet
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